Depois de passar 15 dias na Tanzânia, metade deles em um safári, me dei conta de que a hospedagem não é só um lugar apenas para descansar, ele é parte essencial da aventura. Hoje em dia a gente vê vários vídeos nas redes sociais de hospedagens onde os animais interagem com os turistas, e isso eu não acho legal. Então, de cara, a gente já descartou qualquer coisa desse tipo. Mas sim, queríamos ter a experiência de passar algumas noites na savana africana. Para isso, procuramos um pacote que incluía pernoite em algum parque nacional, de preferência no Serengeti. E foi o que encontramos.
Deixa eu explicar rapidamente como funciona o processo de seleção das acomodações de um safári em um pacote oferecido por uma agência de viagens. Primeiro, você escolhe um roteiro que mais lhe agrada. No descritivo do roteiro, eles mencionam hospedagens específicas e adicionam a indicação “ou similar.” Após fechar o pacote, a agência entra em contato com as acomodações listadas para verificar a disponibilidade. Havendo quartos disponíveis, a reserva é confirmada. Caso contrário, a agência busca outras opções com o mesmo valor ou superiores. Se uma hospedagem com tarifa diferente for escolhida, o preço final do pacote é ajustado. Isso aconteceu com a gente, mas antes, vou falar da nossa primeira parada na Tanzânia.
Antes de começar o safári propriamente dito, passamos uma noite no Kutoka Lodge, nos arredores de Arusha, a cidade do norte da Tanzânia de onde partem muitos tours em direção aos parques nacionais dessa parte do país. Eu já adianto que, no geral, essa foi a melhor hospedagem da viagem. Ficamos nesse lodge tanto no começo quanto no final do nosso safári e foi uma escolha acertada demais.
O Kutoka Lodge têm pequenos bangalôs, decorados rusticamente com objetos locais, cama grande, espaçosa, coberta com mosquiteiro, banheiro, chaleira elétrica com chá e café à disposição, ventilador (durante o dia faz calor, mas à noite esfria). Tudo muito limpo, com roupa de cama de qualidade, tudo o que a gente precisa após um voo longo e cansativo, ou depois de um extenuante safári. O pessoal que trabalha lá é super gentil, eles nos recebem com um suquinho, toalhas geladinhas e um grande sorriso no rosto. A partir do próprio lodge é possível organizar e agendar passeios pela região fazendo a hospedagem de base.
Se você ainda não está convencido, vai ficar depois de tomar o café da manhã ou jantar por lá. Tudo fresquinho e feito na hora. Frutas cortadinhas, sucos frescos, ovos, café, chás, iogurte, french toasts e omeletes compõem o desjejum. O jantar é servido em três cursos e o menu é apresentado para escolha ao longo do dia. À noite, na hora previamente marcada, em um ambiente muito agradável, a refeição é servida. 10/10
As noites mais aguardadas do safári foram as duas noites que passaríamos dentro do Serengeti. A sugestão inicial da agência era o Tukaone Serengeti Camps, que aceitamos, mas estava lotado no momento em que fechamos o safári. Então nos foram dadas mais algumas opções: Narudi Tented Camp (mais 23 dólares/pessoa/noite) , Baobab Central Serengeti (mais 42 dólares/pessoa/noite), Embalakai Authentic Camps (mais 54 dólares/pessoa/noite) ou Kirimu Camp (mais 84 dólares/pessoa/noite). Escolhemos a primeira opção, que era muito semelhante ao Tukaone. E hoje acredito que teria me arrependido de ficar nas duas :D Mas o casal com quem dividimos parte do safári ficou no Baobab Central Serengeti e acho que essa teria sido uma boa escolha, apesar de mais cara.
Mas como é se hospedar em uma tenda durante um safári na África?
Passar uma noite em um acampamento no meio de um parque nacional na Tanzânia foi algo memorável, por inúmeros motivos. Aqui nesse texto eu contei do perrengue que passamos para poder chegar ao camping. Agora eu termino a história…
Usamos o sistema de chamar alguém com a lanterna e um rapaz novinho veio nos ajudar. Mexe pra lá, mexe pra cá, nada do lagarto. Enquanto ele mexia, ouvimos um barulho fora da tenda… mas me fiz de doida e deixei passar. Sem sucesso, dissemos para o rapaz que ele podia ir embora, que muito provavelmente não encontraríamos o bicho. Quando ele abriu a tenda e ligou a lanterna dele lá fora, ouvimos novamente um barulho, mas dessa vez foi beeeem mais alto e mais próximo. Eu só consegui gritar: tem um bicho aí fora! Em português mesmo. O rapaz, que congelou na fronteira entre nossa tenda e o lado de fora, disse: tem um leão aqui. Eu disse pra ele entrar pra gente fechar a tenda. Ele disse que não precisava, que o leão tinha medo da luz da lanterna.
Na minha mente, esse foi um diálogo inacreditável.
Então eu disse a ele que iria fechar a tenda, já que ele não quis entrar. Me senti ridícula nesse momento, de pijamas, fechando um zíper, para me proteger de um leão, enquanto tinha alguém lá fora. Ficamos perguntando ao rapaz se ele estava bem e se queria entrar, ele respondia que estava bem, esperando alguém vir buscá-lo e que não precisava entrar. Pouco tempo depois ele disse que estava bem e indo embora.
Eu não preciso nem dizer que não dormimos bem, né? Foi muita adrenalina para um dia só. Mas a insônia serviu para descobrir que a noite na savana africana não é nem um pouco silenciosa, ouve-se todos os tipos de barulho, de bicho… uma verdadeira (e bonita) sinfonia.
Já amanhecer em um acampamento no Serengeti é das coisas mais legais. Sabe quando você é pequeno e dorme fora de casa? A noite é assustadora, mas a manhã chega e fica tudo bem novamente? Eu tive essa sensação acordando no Narudi Tented Camp. Deixo claro que o intuito desse texto não é desencorajar vocês a fazerem um safári, mas chamar atenção para a escolha da hospedagem. Leiam, pesquisem e olhem os sites de avaliações,
Como são feitas as refeições durante um safári na África?
O café da manhã, servido também na tenda principal é ótimo. Tem café fresquinho, extremamente necessário, porque a noite foi bem fria. Frutas, frios, leite, chá, cereais, ovos feitos na hora, pães… Simples e honesto.
Ah, normalmente o almoço que comemos durante o Game Drive, a observação dos bichos, sai do lodge onde estamos hospedados. Eu vi inúmeros tipos de almoço serem servidos, desde mesa posta meio da savana, até, como o nosso caso, que era on a budget, caixas de lanche servidas em áreas comunais – onde ficam os banheiros e algumas mesas. As caixas sempre vieram com bastante opção, frutas, biscoitos, suco/água, algo “quente”, pão, ovo cozido… Como nosso jipe não tinha cooler para armazenar comidas ou bebidas, quando foi servida uma marmita, uma das nossas estava estragada. É preciso ficar de olho nisso.
Mais um visitante na tenda….
Na última noite no Serengeti o bicho da vez foi bem menor, mas ainda assim, um pouco assustador. Nosso amigo, o lagarto, estava no mesmo travesseiro nessa segunda noite. Acho que ali é a cama dele… essa aparição já não nos surpreendeu mais.
Mas no mosquiteiro tinha uma aranha.
Dia amanhecendo no norte da Tanzânia |
Antes de começar o safári propriamente dito, passamos uma noite no Kutoka Lodge, nos arredores de Arusha, a cidade do norte da Tanzânia de onde partem muitos tours em direção aos parques nacionais dessa parte do país. Eu já adianto que, no geral, essa foi a melhor hospedagem da viagem. Ficamos nesse lodge tanto no começo quanto no final do nosso safári e foi uma escolha acertada demais.
Nosso quarto no Kutoka Lodge, Tanzânia |
Uma cama limpa e confortável é tudo o que queremos após um safári |
O Kutoka Lodge têm pequenos bangalôs, decorados rusticamente com objetos locais, cama grande, espaçosa, coberta com mosquiteiro, banheiro, chaleira elétrica com chá e café à disposição, ventilador (durante o dia faz calor, mas à noite esfria). Tudo muito limpo, com roupa de cama de qualidade, tudo o que a gente precisa após um voo longo e cansativo, ou depois de um extenuante safári. O pessoal que trabalha lá é super gentil, eles nos recebem com um suquinho, toalhas geladinhas e um grande sorriso no rosto. A partir do próprio lodge é possível organizar e agendar passeios pela região fazendo a hospedagem de base.
Pratos deliciosos são servidos no jantar do Kutoka Lodge |
O dia começa cedo, então o café da manhã é à luz de velas |
Se você ainda não está convencido, vai ficar depois de tomar o café da manhã ou jantar por lá. Tudo fresquinho e feito na hora. Frutas cortadinhas, sucos frescos, ovos, café, chás, iogurte, french toasts e omeletes compõem o desjejum. O jantar é servido em três cursos e o menu é apresentado para escolha ao longo do dia. À noite, na hora previamente marcada, em um ambiente muito agradável, a refeição é servida. 10/10
As noites mais aguardadas do safári foram as duas noites que passaríamos dentro do Serengeti. A sugestão inicial da agência era o Tukaone Serengeti Camps, que aceitamos, mas estava lotado no momento em que fechamos o safári. Então nos foram dadas mais algumas opções: Narudi Tented Camp (mais 23 dólares/pessoa/noite) , Baobab Central Serengeti (mais 42 dólares/pessoa/noite), Embalakai Authentic Camps (mais 54 dólares/pessoa/noite) ou Kirimu Camp (mais 84 dólares/pessoa/noite). Escolhemos a primeira opção, que era muito semelhante ao Tukaone. E hoje acredito que teria me arrependido de ficar nas duas :D Mas o casal com quem dividimos parte do safári ficou no Baobab Central Serengeti e acho que essa teria sido uma boa escolha, apesar de mais cara.
Mas como é se hospedar em uma tenda durante um safári na África?
Passar uma noite em um acampamento no meio de um parque nacional na Tanzânia foi algo memorável, por inúmeros motivos. Aqui nesse texto eu contei do perrengue que passamos para poder chegar ao camping. Agora eu termino a história…
Uma das tendas do Narudi Tented Camp |
Tendas equipadas com cama, banheiro completo e a importantíssima lanterna |
Antes, eu queria dizer que a hospedagem é um acampamento, ou seja, dormimos em tendas, no meio do nada, sem cercas ou muros, e a proximidade com a natureza é o grande chamariz, uma experiência, digamos, imersiva.
Chegando lá tarde da noite – 21:30 é tarde em termos de safári, já que o dia começa bem cedo –, jantamos a comida que estava meio fria no buffet que fica na tenda principal, recebemos a instrução mais importante que é: não sair sozinhos da cabana à noite. Caso a gente precise de algo, devemos usar a lanterna que está na tenda para chamar a atenção de alguém que virá ao nosso encontro. Como chegamos vindos de um momento de tensão e bastante cansaço, foi difícil achar tudo legal.
Pelo contrário, achei tudo espartano demais, pouca luz, tomadas que não funcionavam, frestas grandes nas tábuas do piso… eu só conseguia pensar que tinha bicho ali dentro. Mas como o cansaço era maior, nos organizamos pra deitar e acabar logo esse dia. Eu deitei meio que imediatamente, mas o marido, precavido, achou de mexer os travesseiros e se deparou com um pequeno lagarto dormindo placidamente ao meu lado. Lógico que o bicho correu com o movimento e não vimos pra onde.
Os jipes estacionados em frente ao camping |
Usamos o sistema de chamar alguém com a lanterna e um rapaz novinho veio nos ajudar. Mexe pra lá, mexe pra cá, nada do lagarto. Enquanto ele mexia, ouvimos um barulho fora da tenda… mas me fiz de doida e deixei passar. Sem sucesso, dissemos para o rapaz que ele podia ir embora, que muito provavelmente não encontraríamos o bicho. Quando ele abriu a tenda e ligou a lanterna dele lá fora, ouvimos novamente um barulho, mas dessa vez foi beeeem mais alto e mais próximo. Eu só consegui gritar: tem um bicho aí fora! Em português mesmo. O rapaz, que congelou na fronteira entre nossa tenda e o lado de fora, disse: tem um leão aqui. Eu disse pra ele entrar pra gente fechar a tenda. Ele disse que não precisava, que o leão tinha medo da luz da lanterna.
Na minha mente, esse foi um diálogo inacreditável.
Então eu disse a ele que iria fechar a tenda, já que ele não quis entrar. Me senti ridícula nesse momento, de pijamas, fechando um zíper, para me proteger de um leão, enquanto tinha alguém lá fora. Ficamos perguntando ao rapaz se ele estava bem e se queria entrar, ele respondia que estava bem, esperando alguém vir buscá-lo e que não precisava entrar. Pouco tempo depois ele disse que estava bem e indo embora.
A área externa da tenda principal do Narudi Tented Camp
Eu não preciso nem dizer que não dormimos bem, né? Foi muita adrenalina para um dia só. Mas a insônia serviu para descobrir que a noite na savana africana não é nem um pouco silenciosa, ouve-se todos os tipos de barulho, de bicho… uma verdadeira (e bonita) sinfonia.
Já amanhecer em um acampamento no Serengeti é das coisas mais legais. Sabe quando você é pequeno e dorme fora de casa? A noite é assustadora, mas a manhã chega e fica tudo bem novamente? Eu tive essa sensação acordando no Narudi Tented Camp. Deixo claro que o intuito desse texto não é desencorajar vocês a fazerem um safári, mas chamar atenção para a escolha da hospedagem. Leiam, pesquisem e olhem os sites de avaliações,
Como são feitas as refeições durante um safári na África?
O café da manhã, servido também na tenda principal é ótimo. Tem café fresquinho, extremamente necessário, porque a noite foi bem fria. Frutas, frios, leite, chá, cereais, ovos feitos na hora, pães… Simples e honesto.
Buffet do café da manhã no Narudi Tented Camp |
Mesa em um dos pontos de apoio dos parques nacionais da Tanzânia |
Nossa segunda noite no safári pelo Serengeti foi muito mais tranquila. Conseguimos jantar dentro do horário adequado, o buffet estava quentinho, com duas opções de carnes, legumes, arroz, sopa – aliás, as sopas que tomamos na Tanzânia foram as melhores já provadas –, pão e algo doce para fechar. Podemos nos servir à vontade e as bebidas são pagas à parte.
As áreas comuns são cheias, mas procurando acha-se um lugarzinho especial para almoçar |
Uma das caixas de almoço que recebemos durante os 6 dias de safári pela Tanzânia na categoria on a budget |
Ah, normalmente o almoço que comemos durante o Game Drive, a observação dos bichos, sai do lodge onde estamos hospedados. Eu vi inúmeros tipos de almoço serem servidos, desde mesa posta meio da savana, até, como o nosso caso, que era on a budget, caixas de lanche servidas em áreas comunais – onde ficam os banheiros e algumas mesas. As caixas sempre vieram com bastante opção, frutas, biscoitos, suco/água, algo “quente”, pão, ovo cozido… Como nosso jipe não tinha cooler para armazenar comidas ou bebidas, quando foi servida uma marmita, uma das nossas estava estragada. É preciso ficar de olho nisso.
Mais um visitante na tenda….
Na última noite no Serengeti o bicho da vez foi bem menor, mas ainda assim, um pouco assustador. Nosso amigo, o lagarto, estava no mesmo travesseiro nessa segunda noite. Acho que ali é a cama dele… essa aparição já não nos surpreendeu mais.
Mas no mosquiteiro tinha uma aranha.
E a gente ficou sem saber o que fazer (matamos ou não?), então pegamos a lanterna e chamamos nosso amigo novamente… que chegou e matou o bicho sem cerimônia. Foi mais uma noite que torcemos para passar rápido. E por isso eu fiquei um pouco decepcionada, porque idealizei essa estada e não foi o que eu esperei. Mas outras virão, tenho certeza.
Algumas dicas práticas para quem vai se hospedar em um camping durante um safári:
✅ Se possível, durma com roupas que cubram braços e pernas, além de meias. Não só para se proteger, mas para estar composto, caso precise sair correndo da tenda;
✅ Se no quarto tiver um spray tipo baygon: USE!
✅ Tenha lanternas extras, mesmo com luz a barraca é bem escura;
✅ Deixe malas, mochilas e bolsas sempre fechadas;
✅ Cubra os sapatos e lembre-se de batê-los bem antes de calçá-los;
✅ Bata as roupas antes de vesti-las;
✅ Revire travesseiros e almofadas antes de deitar;
✅ Use o mosquiteiro;
Nossa, deve ter sido assustador ter um leão do lado de fora do quarto haha… tô fora!!!!!
ResponderExcluirFoi, sim! Mas a gente só soube que tinha um leão lá fora porque tinha bicho dentro da tenda. Se não fosse isso, muito provavelmente nem saberíamos do leão :D é algo esperado quando se dorme DENTRO do parque...
ExcluirMeu Deus!! Bem, eu acho que não faria um safari, kkkk
ResponderExcluirhahahahahha nãããão! Assim, se você tem vontade, faça. é lindo demais! mas escolher bem a hospedagem, isso é crucial para o sucesso da viagem. é preciso botar na cabeça que um safári é caro e não dá pra economizar na hospedagem.
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