Aproveitamos o feriado de Páscoa e desembarcamos em Bologna – capital da região italiana da Emilia-Romagna –, e só posso dizer que começamos as viagens de 2019 do blog de uma forma deliciosa. Devido a sua diversidade de atrativos a Emilia-Romagna é um dos grandes destinos turísticos da Itália. A região é conhecida por abrigar vários Patrimônios Mundiais da UNESCO, pelo automobilismo, uma vez que marcas de renome mundial como Ferrari, Maserati e Lamborghini, nasceram na região, além das viagens de bem-estar, com atividades nas montanhas da cordilheira dos Apeninos ou no mar Adriático e, por fim, outro grande pilar da identidade da Emilia-Romagna, a gastronomia, formam os grandes chamarizes dessa porção da Itália. Como nosso roteiro era curto – dormimos apenas 3 noites na Emilia-Romagna – tentamos explorar ao máximo a sua capital e percorrer algumas cidades menores no caminho.
Bolonha é multifacetada e essa característica reflete até nos apelidos que a cidade recebe: “La Dotta, La Grassa e La Rossa”. La Dotta, ou a erudita, vem da sua universidade, conhecida no mundo inteiro e a mais antiga da Europa. La Grassa, a gorda, foi o motivo da nossa viagem, afinal de contas, quem fica imune à cozinha italiana? Por fim, La Rossa, ou a vermelha, em português, se deu pelo seu passado político, já que a cidade foi ponto de resistência anti-fascista e base do partido comunista italiano. Os tijolos medievais em terracota e os telhados avermelhados da cidade também deram uma forcinha no apelido.
O fato é que, seja qual for o seu objetivo de viagem, há muito o que se fazer em Bolonha. Compartilho com vocês o que fizemos no nosso dia por lá:
Comer um Tagliatelle al Ragù | Saí de casa com tarefa feita e uma lista quase sem fim de coisas para comer em Bolonha. É bem verdade que a região italiana (Emilia-Romagna) como um todo é responsável pela criação de quase tudo de bom do país, desde o queijo Parmigiano Reggiano, passando pelo Aceto Balsamico, Prosciutto di Parma, Mortadella, chegando às irresistíveis massas. Desembarcamos no aeroporto internacional de Bologna e fomos direto almoçar no centro histórico da cidade.
A nossa primeira refeição por lá foi um bom prato de Tagliatelle al Ragù acompanhado de uma(s) taça(s) de vinho da casa mesmo. O molho, chamado de ragù, é o que conhecemos por bolonhesa. Já a massa, tagliatelle, também originária da região, parece um fettuccine, mas para ser correta mesmo tem que ter 1mm de espessura e 6mm de largura. Nada a mais, nada a menos. Provamos o prato mais algumas vezes durante a viagem e provavelmente todos os restaurantes da cidade servem a iguaria, pagamos entre 8 e 12 euros por cada porção e 100% das vezes ficamos satisfeitos. Começamos bem nossa incursão pela capital italiana da gastronomia;
Tomar gelato de Ricota Fresca e Figo Caramelizado | Depois do almoço fabuloso aí em cima, recusamos a tentação de qualquer sobremesa oferecida pelo restaurante e seguimos batendo perna por Bolonha atrás de um endereço específico. É que a Sorbetteria Castiglione tinha excelentes referências, além de sabores de sorvetes que são marca registrada, como é o caso do Dolce Emma, um gelato feito com ricota fresca com leite vindo dos Apeninos, além de ovos frescos e figos caramelizados.
Na primeira colherada eu pude jurar que foi o melhor sorvete que já provei na vida, mas depois eu fui achando um tanto doce demais, mas atribuo isso ao fato de o paladar já estar bem acostumado com o equilíbrio em quase tudo o que comemos aqui na Alemanha. O gelato é, sim, delicioso e o lugar é um hit entre turistas e locais. Outro endereço que anotei, mas não consegui visitar foi a Cremeria Cavour, que tem tudo para ser uma parada deliciosa no seu roteiro por Bolonha também;
Andar pelos pórticos da cidade | Aproveitamos que tivemos que cortar toda Bolonha em busca do sorvete (quase) perfeito para percorrer alguns dos seus quase 44km de pórticos. Construídos na Idade Média com o objetivo de proteger as pessoas das intempéries, os arcos de Bolonha seguem até hoje úteis e belos.
Com uma extensão de 3.796 metros distribuídos em 600 arcos, o Portico di San Luca é o maior do mundo, ligando a cidade ao santuário que fica no topo do Monte della Guardia. Declarados Patrimônio Mundial na UNESCO, esses pórticos fizeram da arquitetura um traço forte da identidade de Bolonha e merecem sua atenção;
Encontrar os canais escondidos de Bolonha | Eu já sabia que a cozinha da capital da Emilia-Romagna era maravilhosa, que a arquitetura era incrível, que a cidade era belíssima, mas o que eu não sabia é que Bolonha pode ter um quê de Veneza. É que a cidade tem cerca de 60km de canais, mas boa parte deles foi coberta por construções.
No entanto, se procurarmos direitinho, sem se perder com toda a beleza ao nosso redor, encontramos alguns canais que ainda correm a céu aberto, transformando mais uma vez a paisagem dessa cidade inspiradora. Caso você não queira perder tempo procurando os canais de Bolonha, nesse link existe um roteiro com pontos e um pouco da história da água na cidade;
Ver Bolonha de cima | Para comprovar que a cidade é bonita de todos os ângulos, aqueles que dispõem de tempo e preparo físico podem encarar os 498 degraus que compreendem os 97,2 metros de altura da Torre degli Asinelli, que junto com a Garisenda formam um dos cartões-postais de Bolonha. Lá de cima, pode-se ver a magnitude da cidade, com seus casarios de telhados vermelhos a perder de vista.
Para subir na torre paga-se 5 euros e é recomendável fazer a reserva do horário de visita on-line já que as longas filas podem ser desestimulantes. Mais afastado do centro storico fica o San Michele in Bosco, de onde também é possível ver Bolonha de cima, mas de uma forma menos impactante do que do alto de uma de suas torres medievais, porém a vista a partir da colina é gratuita;
Passear em um mercado público | Quase toda lista de dicas de viagem aqui do blog tem um mercado e em Bolonha não seria diferente. Escolhi para visitar o maior deles, no centro histórico, o Mercato delle Erbe. Construído em 1910, destruído durante a segunda guerra mundial, reerguido e reaberto em 1949, hoje o mercado tem um misto de boxes, lojas, lanchonetes e restaurantes.
Locais e turistas podem comprar insumos frescos, massas, legumes, frutas, queijos e vinhos. Quando voltar com mais tempo, definitivamente quero fazer um tour gastronômico por Bolonha, passando por mercados e provando mais das delícias de lá;
Dolce far niente no Centro Storico | Como visitamos Bolonha no começo da primavera, pegamos os primeiros dias tempo firme e algum calor na região, não raro vimos dezenas de pessoas sentadas em degraus de prédios e monumentos do centro histórico da cidade, onde batia o sol. Voluntária ou involuntariamente, seja na Piazza Maggiore, seja aos pés da Basilica di San Petronio, as pessoas praticavam o dolce far niente.
Expressão de origem italiana, que é considerada um estilo de vida para os italianos, onde vê-se a vida passar sem culpa ou pressão, fazendo o que se gosta, que pode ser, inclusive, nada. Confesso que o calorzinho e a tranquilidade da Piazza Santo Stefano nos fizeram pensar duas vezes se pararíamos para curtir o nada ou seguiríamos em frente. Seguimos, pois tinha muito o que ver ainda;
Esquentar a alma com Tortellini in Brodo | Os dias de primavera até que esquentaram, mas assim que o sol punha, por volta das oito da noite nessa época do ano, o vento frio começava a soprar fazendo com que o corpo pedisse por comfort food. E, para mim, não tem comida mais reconfortante para o frio do que um sopa. E claro que Bolonha tem a sua sopa ícone, a Tortellini in Brodo, um prima da Sopa de Capeletti, criada na cidade vizinha, Modena, e bem conhecida no sul do Brasil.
A massa fresca é recheada com uma mistura de mortadela, carne de porco, presunto e queijo. Um tortellino clássico deve pesar cerca de 5 gramas, pré-cozido e servido num caldo extremamente saboroso, coberto com uma fina camada de queijo ralado fino, acompanhado de uma fatia de pão e uma taça de vinho. Esse primo piatto é vendido também em quase todos os restaurante de Bolonha. Por um prato farto e gostoso, pagamos 12 euros na Osteria d’ella Orsa;
Garimpar tesouros numa Feira de Antiguidades | Na mesma praça onde é montado, todas as sextas e sábados, o Mercato la Piazzola di Bologna, às quintas, na Piazza VIII Agosto, o visitante encontra uma pequena feira de antiguidades com itens de decoração, pôsteres de filmes, vinis, livros, brinquedos, postais, fotos antigas e outras miudezas. Uma parada boa para enxergar um pouco mais além da história que está ao nosso redor;
Fazer um bate e volta até outro país | Se você, assim como a gente, está com um carro alugado em Bolonha e pretende explorar a região da Emilia-Romagna, aqui vai uma dica para quem quer conhecer outro país sem “sair" da Itália. A República de San Marino, microestado com seu território totalmente dentro da Itália, está a 130km de Bolonha e é um excelente bate-volta para quem está com dias folgados na região. Nós fomos e em breve compartilho nosso roteiro pela Cidade de San Marino, capital do pequeno país.
Tendo tanto a mostrar, digo que só arranhamos a superfície do que Bolonha oferece aos seus visitantes, mas foi o suficiente para que a gente saísse de lá satisfeito e querendo repetir a dose o quanto antes.
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