ƒ Albânia | Um dia em Ksamil

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Albânia | Um dia em Ksamil

Nossa viagem pelos Balcãs começou chegando de avião em Corfu, ilha grega que fica do ladinho da Albânia. Depois de aproveitar algumas praias paradisíacas na Grécia, pegamos uma balsa (ferryboat, transporte comum nesse pedaço da Europa) e, em pouco mais de uma hora, estávamos desembarcando no porto de Saranda, Albânia, também conhecido como nosso 34º país. A ideia por lá era seguir aproveitando as praias e o final do verão. E pesquisando qual seria a melhor praia da Albânia, logo descobrimos que a região de Ksamil, ao sul de Saranda, guarda as águas mais claras do litoral albanês. Então, tudo o que fizemos para chegar até o balneário não foi sacrifício algum, uma vez que fomos recompensados por dois dias inteiros de muito sol, calor e mar.



Viajando pela Europa em setembro: Em Ksamil, na Albânia, foi onde eu tive um paraíso inteiro só pra mim. 
Não à toa esse pedaço de Ksamil, na Albânia, também é conhecido como Bora Bora

Como ir da Grécia para a Albânia

Pela proximidade dos dois países, chegar à Albânia a partir da Grécia é bem simples. Estando na ilha de Corfu, mais ainda. Compramos a passagem da balsa on-line e a viagem custou 17 euros por pessoa na "baixa" temporada. Escolhemos um ferryboat que faz o trajeto em 1 hora e 30 minutos, mas existe uma opção mais rápida (ligando Corfu a Saranda em 30 minutos) que também custa 17 euros por pessoa. Optamos pelo mais demorado, pois esse partiria do Porto de Corfu às 18:30, nos permitindo aproveitar praticamente mais um dia inteiro de praia na Grécia. Enquanto o mais rápido partia rumo a Saranda às 9 da manhã.

Embarcação que faz a ligação entre a Grécia e a Albânia

Pôr do sol visto no Ferryboat com destino a Saranda, na Albânia

O processo de imigração tanto na Grécia quanto na Albânia é bem simples, quando deixamos o primeiro país, recebemos um carimbo comprovando a saída da Zona Schengen, enquanto na Albânia, sem pergunta alguma, eles só registram nossa entrada, sem carimbo sem nada. Lembrando que, assim como em outros países da Europa, os brasileiros não precisam de visto para entrar na Albânia e podem passar até 90 dias. Outros documentos podem ser exigidos na imigração, como reserva de hotéis, comprovação financeira, além do obrigatório seguro viagem.

Onde ficar em Saranda

Deixamos Corfu no fim da tarde e vimos o sol se pôr a caminho de Saranda, destino concorrido da Albânia. Desembarcamos no porto da cidade em pleno sábado à noite, e como ainda estávamos em clima de verão, as ruas estavam bem movimentadas. Como sabíamos de antemão que chegaríamos já escuro, escolhemos um hotel perto do Porto de Saranda. Não andamos mais do que 400 metros e logo encontramos o Aloha Beach Hotel, que tem uma infraestrutura bacana de bar de praia e restaurante, além de uns quartos com vista para o mar. 

Pink Sky visto da varanda do nosso hotel em Saranda

Café da manhã simples mas gostoso do Aloha Beach  Hotel 

Restaurante com vista para o mar em Saranda

Hospedagem em Saranda me pareceu bem mais em conta se comparada com a Grécia, por exemplo, pagamos 90 euros o casal, por duas noites por lá, com café da manhã incluso a poucos passos do mar. No momento do check-in descobrimos sermos os primeiros brasileiros a nos hospedar nesse hotel. Bruna e Nico, os responsáveis pelo Aloha Beach, foram bem simpáticos durante a nossa estada.

Como chegar em Ksamil

No dia seguinte, acordamos cedo, tomamos café da manhã vendo o mar e nos certificamos do horário do ônibus que sai de Saranda rumo a Ksamil. Na verdade, o destino final desse ônibus é Butrint, mas 80% dos turistas que esperam pelo coletivo têm Ksamil como objetivo. Ele passa de hora em hora na estação Eukalipsi, também conhecida como Big Oak Tree – a referência é uma árvore grande que fica no meio da rua. Por ali passam os ônibus indo e voltando de Ksamil. Do hotel até a parada não foram mais do que 5 minutos de caminhada num passo constante.

Placa com o horário do ônibus que faz o trajeto Saranda - Ksamil - Butrint

Não foi difícil de localizar o ponto, esperamos pelo ônibus que passaria por ali às 9:30, mas às 9:05 um micro ônibus surgiu e o motorista gentilmente perguntou se iriamos a Ksamil. Acenamos que sim e, junto com mais uma pessoa que não aparentava ser turista, subimos no pequeno e velho coletivo. A passagem custou 1 euro por pessoa, pago diretamente ao motorista ao final da viagem (apesar da moeda da Albânia ser o Lek, eles aceitam euros numa boa). 

Sem luxo: O micro ônibus que pegamos no primeiro dia, rumo a Ksamil, era bem parecido com esse da foto

A viagem até Ksamil – que o motorista faz questão de avisar onde descer – dura cerca de 25 minutos. No nosso segundo dia, retornamos ao balneário e, por ter um navio atracado no Porto de Saranda, foi preciso enfrentar um ônibus – dessa vez de tamanho regular – lotado. Tanto na ida quanto na volta, conseguimos ir sentados, mas deu para sentir, apenas com um único navio em final de temporada, como há diferença na experiência. Uma curiosidade: Nos ônibus “regulares” da Albânia o cobrador vai de pessoa em pessoa garantir o pagamento da passagem. Os taxistas, como em qualquer outro lugar do mundo, abordam e oferecem seus serviços aos turistas, mas não julgamos necessário utilizar o táxi para chegar a Ksamil, o transporte público foi satisfatório e, possivelmente, será pra você também, caso já tenha contato prévio.

Onde ficar em Ksamil

A região de Ksamil é repleta de praias bonitas com águas cristalinas e, se você está de carro alugado, há a possibilidade de explorar bastante a região e conhecer o maior número de praias possível. Porém, como estávamos de ônibus, resolvemos ficar nas redondezas do ponto onde descemos. Ao deixar o ônibus, seguimos descendo a ladeira até chegarmos na beira da praia. Praticamente todo pedaço de areia em Ksamil é ocupado por espreguiçadeiras, guarda-sóis, além de ser disputadíssimo. Porém nesse domingo de fim de temporada – mas de muito calor – chegamos por volta das 10 horas por lá e estava muito tranquilo. Pagamos cerca de 5 euros por duas espreguiçadeiras e um guarda-sol para o dia inteiro.

A tranquilidade de quem viaja pelas praias da Europa em setembro

Pouca gente para dividir esse mar incrível da Albânia

Bolinho de abobrinha: Comida típica da região Grécia/Albânia

Primeiro impacto: O mar ali parece o do Caribe. Nos acomodamos e começamos a curtir mais um dia de praia, dessa vez na Albânia. Quando a fome foi batendo, levantamos a acampamento e saímos para explorar a região. Não precisou andar muito para sermos fisgados pelo cheiro do Guvat Restaurant. Comemos e bebemos super bem por lá, começando com bolinhos de abobrinha, um clássico da região. Bebericamos vinho branco gelado, para acompanhar massa e risoto de frutos do mar. O serviço é um pouco demorado, mas é gentil e não estávamos com pressa. O restaurante fica no alto de uma pequena encosta, com vista privilegiada para o mar. Ao olharmos para baixo, foi como se tivéssemos avistado um oásis. Aquela água, que já era linda, tinha conseguido ficar mais bonita ainda. 

Região conhecida como Bora Bora em Ksamil, Albânia

Em Ksamil fica difícil querer sair da água

Parte da praia logo abaixo do Guvat Restaurant

E foi ali que descobrimos estar o pedaço que as pessoas chamam de Plazh Bora Bora. O preço da espreguiçadeira por lá dá uma inflacionada, o conjunto saiu por 8 euros, mas quem vai fazer contas quando se está a dois passos do paraíso? Ah, também não há quem impeça você de colocar suas coisas num cantinho da praia e dar seus mergulhos numa boa, afinal, ela é pública. Sabendo do bê-a-bá, voltamos na segunda-feira para repetir a dose em Ksamil. O ônibus estava lotado, mas o paraíso estava reservado só pra gente. E valeu a pena cada etapa da viagem!



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Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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