Um
dos lugares que habitava o meu imaginário quando pensava em Miami era Little
Havana. Sempre tive curiosidade em saber como funcionava a dinâmica entre dois
lugares tão contrastantes. De um lado, arranha-céus, modernidade e o luxo da
Miami retratada a exaustão em filmes e séries. Do outro, a poucos km de
distância da primeira, Little Havana. Ali nos deparamos com cenas bucólicas e
muito costumeiras para quem tem alguma familiaridade com as periferias da
América Latina.
A presença hispânica na cidade americana é clara e notória, aliás, ouvir espanhol é mais comum do que o próprio inglês. A identidade de Miami é composta por um mix de influências oriundas de vários países latino-americanos, sobretudo Cuba. Foram os cubanos exilados que, a partir dos anos 60, ao emigrarem para os Estados Unidos e se basearem nessa região da cidade, deram origem ao bairro, que hoje é símbolo do espírito imigrante, tão difundido nos EUA. O bairro é grande, são cerca de 80.000 moradores – 98% deles latinos – e certamente sua visita se dará em apenas duas ruas, mas já será o suficiente para ser tocado pela vibe de um lugar que pulsa no ritmo de uma boa salsa.
A presença hispânica na cidade americana é clara e notória, aliás, ouvir espanhol é mais comum do que o próprio inglês. A identidade de Miami é composta por um mix de influências oriundas de vários países latino-americanos, sobretudo Cuba. Foram os cubanos exilados que, a partir dos anos 60, ao emigrarem para os Estados Unidos e se basearem nessa região da cidade, deram origem ao bairro, que hoje é símbolo do espírito imigrante, tão difundido nos EUA. O bairro é grande, são cerca de 80.000 moradores – 98% deles latinos – e certamente sua visita se dará em apenas duas ruas, mas já será o suficiente para ser tocado pela vibe de um lugar que pulsa no ritmo de uma boa salsa.
Começamos
a explorar a pequena Havana a partir da Calle Ocho, o coração do bairro, nessa rua estão a
maioria dos estabelecimentos que recebem mais turistas. É preciso flanar pelas
suas calçadas e aguçar os sentidos, sua visita poderá ser guiada por cheiros,
sons ou cores, muitas cores. Olhe para o chão e verá a Walk of Fame – Calçada da Fama – onde cubanos
ilustres são homenageados.
Little Havana | Os cubanos foram os pioneiros, mas logo gente de toda a América Latina chegou à região |
É difícil de acreditar que toda modernidade de Miami está a poucos quilômetros de distância dessa cena |
Não
sei se por causa do calor ou se por causa da atmosfera mesmo, mas uma visita à
Little Havana pede uma parada para um Mojito. Esse delicioso drink cubano ($12,00) é oferecido em cada esquina do bairro, mas
resolvemos parar na mais famosa delas – no bar La Esquina de la Fama – e provar a bebida
que caiu no gosto do mundo inteiro. O bar tem música ao vivo, o que ajuda a
experiência a ficar ainda mais sensorial. Um convidativo buffet de comida cubana caseira e farta é a cereja do bolo. Se
quiser lanchar, basta pedir um Sanduíche Cubano ($7,00) O preço é salgado, certamente você encontrará mojitos mais baratos, mas o clima estava
bom e nos divertimos bastante.
Ir à Little Havana e não provar um autêntico mojito é impensável |
Do
outro lado da rua está um dos endereços mais recomendados para quem vai à
Little Havana e quer curtir uma noite de música ao vivo e bailar como se não houvesse amanhã. O Ball & Chain está em
funcionamento desde 1935 e oferece o melhor de vários ritmos musicais,
principalmente Salsa e Jazz. Sua programação é intensa e diária, o clima de
festa já na calçada vai te fisgar e certamente você vai arriscar uns passos.
Para
adoçar a visita, uma parada em uma das melhores sorveterias de Miami deve ser
programada. Não se assuste com a fila na porta da Azucar Ice Cream Company, certamente a
qualidade do sorvete vai justificar a espera. São mais de 24 sabores servidos
diariamente, mas o Abuela Maria (feito
com biscoito maria e goiabada) é o delicioso carro-chefe da casa.
Para
desacelerar um pouco o roteiro, vale seguir pela Calle Ocho até o Maximo Gomez Park,
também conhecido como Domino Park, onde os veteranos cubanos se reúnem no fim
da tarde, fumam seus charutos, jogam dominó e tomam um cafecito. Cena clássica!
Nosso
passeio por Little Havana chegou ao fim e a sensação que perdurou durante toda
a visita é que já éramos velhos conhecidos desse bairro, onde música, comida,
bebida e resistência estão em cada parte. Sei que vimos apenas o superficial,
mas às vezes só isso já serve para impactar e dar perspectiva. Visitar Little
Havana é mandatório para entender o protagonismo latino-americano na construção
da identidade atual de Miami.