Depois
de colocarmos Rotterdam de uma vez por todas no nosso roteiro, o segundo passo
foi procurar um hotel para nossa única noite na cidade. E, para nossa surpresa,
achar hospedagem em Rotterdam foi uma tarefa bem fácil. Além de uma boa malha
hoteleira – compatível com seu tamanho –, a cidade tem hospedagens mais baratas
do que Amsterdam, por exemplo. De cara, ficamos felizes com as opções e preços.
Nos restava a única questão, em qual região da cidade ficar? A maioria dos hotéis
está concentrada no centro de Rotterdam, e excluindo as grandes cadeias
hoteleiras e os estabelecimentos com foco nos viajantes de negócios, restam
algumas simpáticas opções.
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Use o elevador do Hotel Bazar, mas não esqueça de dar uma olhada nas escadas
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Foi
assim que achamos o Hotel Bazar, que
se intitula um dos hotéis mais originais de Rotterdam. A sua proposta logo me
chamou a atenção, para cada andar, uma decoração diferente. Os 27 quartos são
projetados seguindo os temas Oriente Médio, África e América do Sul, com toda a
excentricidade e extravagância que vocês possam imaginar. O hotel fica na Witte de Whitstraat, rua bastante
conhecida pela sua vocação boêmia, a 400m do metrô Beurs. Aliás, antes de se transformar em um hotel, o Bazar começou (em
1997) como um restaurante, que segue em funcionamento até hoje e é lá que os
hóspedes tomam o café da manhã (e os não hóspedes também, pois o restaurante,
obviamente, é aberto ao público).
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Já na recepção somos impactados com uma profusão de adereços |
Check-in
Chegamos
bem antes do horário previsto para o check-in,
mas pudemos deixar as malas no hotel e sair para explorar Rotterdam
tranquilamente. A recepção e a área do restaurante do Bazar já chamam a atenção,
claramente com inspiração no norte da África e no Oriente Médio, luzes e cores
instigam o hóspede desde o primeiro momento. Voltamos no horário marcado para a
entrada e o quarto já estava pronto. O hotel é instalado em um prédio antigo,
que funcionava como um grande armazém, por isso o elevador é daqueles de carga,
rústico e enorme. Ficamos no andar com a decoração África, no quarto 309. Ao
abrir a porta da nossa suíte, a impressão que tive foi de comprar uma passagem
para a Holanda e desembarcar no Marrocos.
Estrutura e Quarto
Luz
quente, piso de madeira, parece que o quarto está ambientado dentro de uma
caverna. Não há separação – a não ser por uma cortina de contas – entre o
banheiro e o quarto. Demoramos uns 15 minutos explorando e tentando entender o
trabalho de imersão que é dormir em uma suítes dessas.
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Eu em ação já no quarto 309 |
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Rústico, simples e encantador |
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Uma foto com a GoPro para vocês terem ideia da dimensão do quarto |
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Embaixo da TV de tubo, nesse "caixote" está o minibar |
A tv é de tubo e, pra
falar a verdade, nem precisava. Acredito que seja uma exigência dos hóspedes
mais tradicionais. Também encontramos um minibar, uma pequena mesa de trabalho,
uma cadeira/poltrona de fio, daquelas da casa da vovó, mas que estão voltando
com tudo hoje em dia. Lustres multicoloridos, uma parede com itens de decoração
atrás da cama e um pequeno guarda-roupa fechado por uma cortina, ditam
redondamente a atmosfera do quarto. O único porém do quarto é que as janelas
não são bem vedadas, e como o hotel está em uma região de restaurantes e vida
noturna forte, o barulho de vidros sendo descartados nas lixeiras nos incomodou
um pouco.
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Cortina de contas que separa o quarto do banheiro |
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O banheiro do quarto 309 visto a partir da banheira |
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Acabamento pouco refinado e canos aparentes: Detalhes charmosos fazem a diferença |
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Banheira, amenities, um pequeno oásis em Rotterdam |
Já no banheiro, ao atravessar a cortina, mais rusticidade. Da pia à
banheira, tudo é bem bonito e decorado. Senti falta, apenas, de um suporte para
a ducha para aqueles que não vão tomar banho de banheira. No geral, fiquei
encantada com a simplicidade da decoração e no quanto ela pode carregar
consigo. Definitivamente, não é um
quarto para você dividir com quem não tem intimidade.
Café da Manhã
Nossa
diária (€85 o casal) incluía o café da manhã no restaurante anexo ao hotel. O
empreendimento é bem grande e o capricho na decoração é sentido ali também,
onde tudo começou. O sistema do café da manhã é simples, fórmula fechada (café
ou chá + suco fresco + frutas e iogurte + panqueca + cesta com pães + ovo
cozido + geleia + queijo feta + mel), mas é bem farto. Não há dúvidas que a inspiração
gastronômica também segue a linha da decoração. O atendimento é simpático,
feito em inglês ou em holandês. Se tivéssemos tido mais tempo, certamente
teríamos experimentado outra refeição no Bazar, pois gostamos muito do clima do
restaurante. À noite, acredito, a atmosfera fica ainda mais encantadora.
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A porta que separa o hotel do restaurante, só hóspedes com a chave têm acesso ao outro lado |
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Lustres, lustres e mais lustres |
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Café da manhã farto para duas pessoas no Restaurante Bazar |
Conclusão
Não
diria que o Hotel Bazar é uma hospedagem para quem viaja com crianças, amigos
(ou casais) sem intimidade, já que você não pode escolher o quarto que vai
ficar previamente e talvez caia em um que não atenda às suas necessidades. A decoração é o grande trunfo do Bazar, assim eles conseguem
colocar uma viagem dentro da outra. Se do lado de fora da porta está Rotterdam
e toda a sua arquitetura moderna, cheia de vidro e aço, do lado de dentro,
temos a simplicidade crua de destinos que ainda carregam consigo um misticismo.
São duas viagens pelo preço de uma!