Eu
sempre achei uma besteira dizer que o ano só começa depois do carnaval. Foi
preciso ficar uns bons anos sem visitar o carnaval de Recife e Olinda para
entender o real sentido desse rito de passagem. Fiz contagem regressiva para a
festa, não via a hora desse dia chegar, me senti até mais pernambucana do que
nunca nos últimos dias.
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Prefeitura de Olinda, ponto de encontro de milhares de foliões carnaval |
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O frevo toma conta da cidade alta de Olinda |
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Maracatu Alagoano nas ladeiras de Olinda |
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Boneco gigante e seu "Pau de Selfie" |
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Orquestra na escadaria da Prefeitura de Olinda |
O sábado de Zé Pereira começou subindo e descendo as ladeiras de Olinda atrás de blocos e troças, suando como nunca suei na vida, debaixo de um céu azul lindo e de um calor de rachar, achando graça da criatividade do povo e me contagiando a cada acorde das orquestras de frevo. Maravilhada como, enquanto a festa toma conta das ruas, sagrado e profano convivem em harmonia. Escadaria de igrejas seculares viram palco para maracatus tradicionais, é bonito de ver e eu tinha me esquecido disso. Durante as noites, um pulinho no Recife Antigo foi de lei, afinal, são cinco intensos dias de muita festa nos quatro cantos da cidade. Famílias inteiras entram na brincadeira e se divertem nesse carnaval plural. Nesses dias pude relembrar os velhos tempos da juventude cercada de amigos e muita alegria. Levei 30 anos para entender um pouco mais o papel do carnaval na vida das pessoas – ou ao menos na minha.
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Frevo na Rua da Guia |
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Apresentação de frevo na Praça do Arsenal |
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Rua do Bom Jesus tomada de gente |
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Caboclo de lança do Maracatu Rural nas ruas do Recife Antigo |
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Tribo Canindé se apresenta no Palco do Arsenal |
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Maracatu Quebra Baque Daruê nas ruas do Recife Antigo |
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Palco principal no Marco Zero do Recife |
Esse
carnaval foi para mim um réveillon,
não só no sentido da festa, mas no seu sentido literal, o de acordar,
despertar. Depois das baterias devidamente recarregadas, pode vir 2015.
Feliz
Ano Novo, pessoal!