ƒ Visitando o Vaticano

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Visitando o Vaticano

Para quem foi educado sob os preceitos da religião católica, o que é bastante comum aqui no Brasil, a impressão que dá é que quase não se faz distinção entre Roma e a Igreja, isto significa que, ir em Roma e não visitar o Vaticano é quase a mesma coisa de não ter ido.

Para chegar lá, basta seguir a multidão de turistas e fiéis que seguem pela linha A do metrô  até a estação Ottaviano. De lá, é necessário caminhar um pouco na direção da monumental Basílica de São Pedro ou até a entrada para os Museus do Vaticano. Esta não é uma caminhada tranquila, as abordagens de guias e vendedores ambulantes chegam a incomodar, mas sabendo o caminho e de posse dos ingressos, é só se desvencilhar e seguir.

Nós decidimos começar a visita pelos Museus. Por precaução, fizemos a compra online dos ingressos – que é uma recomendação básica, principalmente no verão –, mas nos deparamos com uma entrada vazia e sem filas. Recolhemos nossos ingressos e fizemos a visita aos acervos por conta própria.






É difícil descrever o que se vê sem a tutela de um especialista. Os acervos são riquíssimos e contam não apenas a história do Cristianismo e da Igreja Católica, mas também com uma cronologia da humanidade e das artes. As salas de Rafael e a Capela Sistina são de uma beleza avassaladora. A sensação é que nada pode fugir aos olhos.

Depois de um passeio sem pressa, saímos do prédio dos museus e enfrentamos nova caminhada (com novos incômodos) até a entrada para a Praça de São Pedro, tão famosa por ser o local de encontro de fiéis, peregrinos e o Papa. A inspeção de segurança é obrigatória e em minutos, já podíamos ver, além dos guardas e suas fardas marcantes, a estonteante construção que é a Basílica de São Pedro.






Outra tutela seria necessária para esclarecer cada detalhe do que pode ser visto e admirado dentro da Catedral. A beleza é impecável e está presente em qualquer lado que se olhe. Ao olhar pra cima, a cúpula da Basílica de alguma forma convida a ser escalada.
Apesar da altura, os dispostos têm a possibilidade de ir ao topo da cúpula numa subida dividida em duas etapas que podem ser feitas integralmente a pé ou subindo a primeira etapa (menos da metade do trajeto) de elevador.

Eu estava com meus pais e nós não tínhamos disposição para subir, pois a visita aos museus já toma boa parte da nossa energia, mas o marido quis subir e fez questão de relatar sua experiência de chegar ao topo da Basílica de São Pedro:

“Qualquer forma de conexão com o divino é válida, especialmente quando falamos de fé. A subida ao topo da Basílica é um exercício físico, mas é principalmente um exercício de fé. São poucos os momentos da rotina onde estamos sozinhos e podemos refletir e meditar. O caminho é longo até o ponto mais alto da cúpula e nesses minutos, temos a chance de pensar nos nossos erros, relembrar com alegria o que vivemos de bom e agradecer, independente de religião. As antigas escadas de tijolo e cimento que levam os visitantes, degrau por degrau, até o topo da cúpula são, pra mim, muito mais belas do que os finos detalhes artísticos nos salões lá embaixo. É uma bela subida, interrompida apenas pelos pequenos mirantes, de onde é possível ver parte da imensa recompensa que nos espera lá no alto. É uma metáfora do que passamos repetidas vezes na vida. Um caminho difícil e tortuoso, muito desafiador, mas possível de ser superado.
O que se vê no topo é de tirar o fôlego. A Vista de Roma é algo pelo qual vale subir até a cúpula infinitas vezes. É, pra mim, a maior recompensa  da visita ao Vaticano.”






O passeio aos museus e à Basílica leva pelo menos um dia inteiro. No verão, as filas ficam gigantescas, assim como qualquer outra atração em Roma. Para saber os horários de visitação à Basílica e outras informações, acesse



Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

1 Comentários

  1. Muito bons os textos do site, com excelentes dicas! Esse relato do Vaticano me fez lembrar minha viagem do ano passado. E que bela descrição do seu marido! Realmente a subida é complexa (cansativa, mas mágica)!

    Parabéns,
    Márcio

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