Para
chegar até Veneza, partindo de Mestre de trem, desembolsamos cada um, cerca de
1,25 euros. O mesmo trajeto dá para ser feito também de ônibus de linha comum e
táxi. A viagem de trem é rápida, não dura mais do que 15 minutos. A estação
Venezia Santa Lucia está meio de cara pro gol, ao desembarcar é só escolher o
seu destino e ir. Se a caminhada for a pedida, como foi o nosso caso, é
fundamental se guiar pelas indicações amarelas pintadas nas paredes das casas.
Elas apontam qual caminho pegar para se chegar à Ponte di Rialto e à Piazza
San Marco, principalmente. Como chegamos já no final da tarde em Mestre
seguimos até Veneza à noite a fim de jantar e apresentar a cidade aos meus
pais. Durante a noite o impacto das paisagens não é tão grande quanto durante o
dia, mas o romantismo paira no ar.
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Cartão-postal |
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Cenas de Veneza |
Achar
um lugar para comer em Veneza, diferente de Roma, não é tarefa fácil, arriscamos um restaurante aos
pés da Ponte di Rialto, que tinha
tudo para ser o maior pega turista da história. Não sei se por não ser alta
temporada, mas o fato é que o jantar no Caffè Saraceno, às margens do Grande Canal, vendo gôndolas, vaporettos e outras embarcações passarem,
contrariou as probabilidades e foi um grande momento, caro, mas muito bom.
Mesmo com a noite geladíssima fizemos questão de sentar do lado de fora, onde
se encontrava a maior parte dos clientes. Potentes aquecedores deixavam o
ambiente mais aconchegante e, se não isso não fosse o bastante, mantas eram
oferecidas. O destaque ficou por conta do Spaghetti
ai Frutti di Mare excelente, no ponto e muito fresco. Aliás, em Veneza, não
deixe de provar frutos do mar, pois são encontrados em abundância, sempre
frescos.
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Veneza transforma o nosso olhar |
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Em Veneza não deixe de provar frutos do mar |
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Detalhes das feiras nas ruas de Veneza |
Para
fazer o caminho de volta até a estação Santa Lucia, por causa do frio que só
aumentava, apelamos para o vaporetto,
uma espécie de barco-ônibus. A passagem não é das mais baratas, pagamos 7 euros
por pessoa pela “corrida” – preço que se torna até convidativo quando a outra
opção seria congelar ao relento. Claro que o sistema de transporte oferece
outras opções para os viajantes, dá para ver tudo no site e escolher a que
melhor se encaixa nos seus planos.
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Vaporetto passando pela da Ponte di Rialto |
No
dia seguinte pela manhã, lá estávamos nós de novo desembarcando na estação
Venezia Santa Lucia, seguindo por um caminho mais longo até a Piazza San
Marco. E passear por Veneza é aquela coisa, explorar os detalhes, olhar para os
becos, atravessar canais, observar os senhorzinhos e senhorinhas locais que
compram nas feiras, enfim, um passeio de contemplação. Nada daquela correria.
Claro que a quantidade reduzida de turistas nessa época do ano facilita essa
Veneza mais slow. Eu, que já a
visitei no ápice do verão europeu, fiquei bem contente em retornar num cenário
mais diferente. Evidente que a sorte de não pegar um dia de chuva facilitou, e
muito, essa excelente impressão. Chegando à Piazza San Marco, principal praça
de Veneza, é onde vemos a maior concentração de visitantes. Aqui é um dos
pontos altos do passeio já que nessa praça estão a Basílica de San Marco, o
Caffè Florian, o Campanário de San Marco, a Torre do Relógio, o Museu Correr, o
Palácio Ducal, entre outros. Todos abertos à visitação, excelentes pontos para
serem esmiuçados por quem tem um roteiro mais folgado na cidade. Dessa vez, nós estávamos só
de passagem. A partir da piazza é
também onde avistamos paisagens dignas de cartão-postal – não que cada esquina
em Veneza não renda um belo click –, mas é ali onde vemos as gôndolas atracadas,
começando seus passeios ou terminando. Ao fundo, a ilha de San Giorgio Maggiore
complementa o cenário de sonhos.
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Tinha um gondoleiro no meio do caminho... |
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Detalhes da Piazza San Marco |
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Veneza: o destino dos casais |
Dali
a uma caminhada de mais ou menos 1km, estamos na Ponte di Rialto. Obra prima da engenharia e símbolo arquitetônico
de Veneza, ela é uma das quatro pontes que cruzam o Grande Canal. As outras
três são: Ponte dell’Accademia, Ponte degli Scalzi e a Ponte della Costituzione. Aqui vale mais
uma vez a contemplação, seja do pôr-do-sol, seja do vai-e-vem dos barcos.
Seguindo na caminhada, cruzar com as inúmeras banquinhas e lojas de souvenires
é inevitável, as máscaras são incrivelmente bem
detalhadas. Para quem prefere deixar a imaginação correr solta, dá para comprá-las
em branco. Imagino como deve ser lindo ver as ruas, becos e pontes de Veneza em
pleno carnaval. Outra opção de lembrancinha da cidade é o famoso Murano,
trabalho em vidro que leva o nome da ilha homônima. Mas não é preciso ir até
Murano para garantir o seu, nas vitrines venezianas vemos de jóias a itens para
casa, nos mais variados preços. Maximizando
essa sensação, de um digno dolce far
niente, nada melhor do que cruzar ruelas e canais tomando um delicioso gelato. Durante o nosso passeio por
Veneza experimentamos o sorvete de marrom glacê da GROM, adoçando ainda mais a
nossa viagem, por honestos 2,50 euros.
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Romântico, não? |
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Máscaras são o símbolo de Veneza |
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Grande Canal dourado enquanto o sol de põe |
Pouco antes de embarcar no trem com destino a
Mestre, terminando assim a nossa segunda visita a Veneza, o sol de fim de
outono me fez perceber como foi bom revisitar a ilha. Tudo bem que ela quase não
mudou nesses 7 anos que separam as duas visitas, continua linda e romântica. Mas
Veneza é daqueles lugares em que os detalhes vão aparecendo à medida que você
para pra ver, como se precisássemos olhar por muito tempo e por muitas vezes
para percebê-los.