Como
eu disse no
texto de introdução dessa viagem, quando fui a Florença pela
primeira vez ainda não tinha maturidade suficiente para morrer de amores pela
cidade. Portanto, a capital da Toscana em 2007 foi só mais um ponto de parada.
No fim do ano passado tive a oportunidade de retornar à cidade e, aí sim, me
encantar de vez com tanta história e tanto charme.
Chegando
à estação de trem
S.M. Novella já no fim de uma tarde de outono, só nos restou
observar o pôr-do-sol da janela do
nosso hotel e, com a noite já instalada,
enfrentar o frio em busca de algum restaurante para comer em Florença. Nossa
primeira parada foi no
Il Vinaino, uma osteria simpática
não muito longe do hotel. Ela ainda estava fechada, mas um cartaz dizia que às
19h ela voltaria a abrir, resolvemos esperar já que a situação dos outros
restaurantes das redondezas era semelhante. Eles não foram pontuais, mas espera
valeu a pena. Fomos bem atendidos, provamos um bom
Chianti – vinho típico da região toscana –, comemos uma boa e
suculenta
mozzarella com
prosciutto, tudo isso com muito pão e
azeite, só para começar. O cardápio do restaurante não era muito extenso, o que
facilitou a nossa vida, e continha boas opções de massas, frescas, inclusive.
Todos os pratos pedidos estavam muito bons, mas a grande estrela da noite foi o
Nhoque fresco ao Molho de Gorgonzola e Aspargos. Se eu fechar os olhos ainda
consigo lembrar da sensação que tive ao provar essa maravilha. O ambiente é
aconchegante, os pratos de massa não são muito caros (por volta dos 8 – 10
euros), carta de vinho boa e honesta, bom para quem busca um lugar típico e
barato pra comer em Florença.
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Pôr-do-sol visto da janela do hotel |
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Bar do Il Vinaino, uma opção para quem não quer pagar caro em Florença |
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Melhor Gnocchi EVER |
Começamos
o dia seguinte enfrentando uma gelada manhã, mas nos deslumbrando a cada
esquina. Como havíamos comprado o ingresso da
Galeria Dell’Accademia
ainda no Brasil a fim de fugir das filas, tínhamos horário marcado para chegar
ao museu. Todo o trâmite no site é bem simples, o preço do ingresso fica em torno dos 10 euros por pessoa + a taxa de reserva (que no final nem precisava
ter pago, uma vez que a fila pra entrar não tinha mais do que 10 pessoas). De
qualquer forma, se você é daqueles que não aceita deslizes no roteiro, compre
seu ingresso com antecedência. Caso você tenha mais dias na cidade, veja se não
vale a pena adquirir o
Firenze Card.
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Florença: Muitas possibilidades |
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Intervenções - Garotas boas vão para o bar? :) |
Uma
vez dentro da Galeria Dell’Accademia, de frente para o David de Michelangelo, o
preço do ingresso se torna irrisório. O acervo é riquíssimo e vale
passar umas boas horas lá dentro. Saindo do museu seguimos em direção ao
Duomo de Firenze para entrar na grandiosa
Catedral di Santa Maria del Fiore,
não sem antes nos deparar com uma
Porta del Paradiso quase sem
concorrência –
claro, se compararmos com
a quantidade de visitantes do verão.
Ainda do lado de fora, perca um tempinho observando a riqueza de
detalhes das construções ao seu redor, elas são resultado de 6 séculos de
trabalho. A entrada na Basílica é gratuita, caso queira subir na cúpula (463
degraus sem elevador) é necessário adquirir um bilhete.
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Parte do grandioso Duomo di Firenze |
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Dentro da Catedral Santa Maria del Fiore |
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Afrescos da imponente cúpula do Duomo |
Seguindo
pela
Via
Dello Studio, rua estreitinha de onde conseguimos ver parte do
imponente Duomo, um estabelecimento bonitinho chamou nossa atenção. Era o
I’Mangiarino,
um
wine bar com pinta de mercearia,
embutidos, pães e queijos expostos em um ambiente mais do que convidativo. Foi
o momento certo para fazer uma pausa no passeio, pedir um litro de vinho da
casa – sempre muito gostosos, diga-se de passagem –, e um (muito bem servido)
prato de queijos e embutidos, com pão e azeite, obviamente. Tão bom que não
vimos a hora passar, ou melhor, acho que nem queríamos que ela passasse. Esse
wine bar em Florença é bom para ir a
dois ou com mais um casal de amigos. O ambiente não é muito grande, o preço é
bem honesto e os pratos de massa que eu vi serem servidos pareciam muito apetitosos.
Nós ficamos só nos frios e vinhos.
Perfetto!
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Pelas ruas de Florença |
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Fachada da Vineria / Wine Bar I'Mangiarino |
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Prato com queijos e embutidos |
Energias
repostas, seguimos pelas charmosas ruas de Florença até chegarmos à Piazza
Della Signoria, praça central de Florença, que pela proximidade com o
rio Arno
e a Ponte
Vecchio, está sempre povoada de turistas. Essa parada abriga algumas
construções importantes, como o Palazzo Vecchio – atualmente sede da
prefeitura de Florença –, com suas estátuas (réplicas) de célebres trabalhos de
Michelangelo e Donatello. Vale ressaltar que as estátuas originais, hoje alocadas
em museus e galerias, um dia estiveram nos lugares das réplicas que vemos atualmente.
Ainda na praça encontramos a Loggia dei Lanzi/Loggia della Signoria,
uma construção que data do século catorze e abriga inúmeras esculturas, dentre
elas a mais famosa (e bonita), Perseo che
decapita la Medusa, de Benvenuto
Cellini, esculpida em bronze, em 1554.
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Palazzo Vecchio na Piazza della Signoria |
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Perseu com a cabeça de Medusa - Trabalho de Benvenutto Cellini |
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Ponte Vecchio sobre o rio Arno, cartão-postal de Florença |
A
uma curtíssima caminhada da Piazza já chegamos às margens do Arno,
rio que junto com a Ponte Vecchio, formam o mais famoso cartão-postal de Florença. A
ponte, que sempre foi um ponto onde comerciantes colocavam seus produtos em
exposição, até hoje segue a tradição. De um ponto a outro, de ambos os lados,
joalherias disputam a atenção de quem passa por ali. Se é para o seu bico,
desacelere e faça umas comprinhas. Se
não, fique hipnotizado com tamanha riqueza que reside nos seus quase 100 metros
de extensão, e dê continuidade ao passeio.
Do
outro lado da Ponte Velha está o Palazzo Pitti, construído em 1458
para ser a morada do banqueiro Luca Pitti,
foi vendido e abrigou diversas famílias de sobrenomes imponentes e importantes.
Foi também base militar para Napoleão
Bonaparte e, por um curto período, morada oficial dos reis da Itália. Hoje
em dia o Palácio abriga museus e galerias de destaque na região.
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Ponte Santa Trinita vista da Ponte Vecchio |
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Palazzo Pitti |
Atravessando
a ponte novamente, caminhamos até a
Via Del Corso, endereço certo para
quem quer fazer compras em Florença. Chegando à região da
Piazza della Repubblica a
oferta de lojas aumenta, vai das
fast
fashions queridinhas, H&M e Zara, até as italianas poderosas, Giorgio
Armani, Prada, Miu Miu, Dolce & Gabbana, Missoni, Roberto Cavalli... Enfim,
agrada a gregos e troianos. Se você é dos nossos e gosta de comprar um
cosmético/lembrancinha diferentes, procure pelos sabonetes
Nesti Dante, fabricados
na cidade, são uma excelente opção de souvenir não convencional.
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Compras em Florença - Vá na Via del Corso |
Na
Via dei Tavolini, 19, ainda na região do
burburinho de Florença, funciona desde 1938 a sorveteria
Perché No!, especializada
em
gelato artigianale. Essa
sorveteria figura na lista das
25 melhores sorveterias do mundo, uma ótima dica
de onde tomar um sorvete em Florença. E foi em meio aos mais variados e
deliciosos sabores: caqui, pistache, baunilha especial, nozes e outros que não
me lembro mais, que o nosso proveitoso dia em Florença acabou.
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Para tomar o tradicional sorvete italiano em Florença: Perché No! |
Na
manhã seguinte, antes de partir para a estação
S.M. Novella, resolvemos
aproveitar o dia ensolarado para conhecer o belíssimo
Mercato di San Lorenzo,
também conhecido como o Mercado Central de Florença. Um prato cheio, com o
perdão do trocadilho, para quem curte cozinhar e aprecia o ritual de fazer boas
compras para oferecer uma boa mesa. Visitar esse mercado nas últimas horas em
solo toscano só fez o arrependimento bater mais forte por não ter mais tempo na
cidade, tampouco não ter alugado um apartamento e assim, ter a “minha” cozinha
por uns dias. De lambuja, ainda vimos a
Basílica de San Lorenzo. Nos
arredores do mercado tem uma feirinha bem legal com diversos artigos em couro,
sabendo garimpar dá pra conseguir uns achados. Ah, não deixe de negociar e
barganhar, nunca pague o preço da etiqueta. Depois não diga que eu não avisei!
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Mercato di San Lorenzo, o Mercado Central de Florença |
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Preparo para a Sopa Toscana |
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Vinho clássico da região toscana: Chianti |
E
assim se passaram lépidas 36 horas em Florença. Para mim, foi como tomar uma
boa taça de vinho, prazeroso e muito reconfortante. Ainda bem que a gente
cresce e amadurece, enquanto em 2007 eu não via a hora de ir embora. Em 2013, não
queria partir.
Serviço
Rapha, brigaduuu pela citação do Turo :)
ResponderExcluirImagina, Pat. Você tem um material completíssimo da cidade! É um prazer citá-la :*
ExcluirAdorei o post! Estamos indo para lá em Março e também ficaremos só dois dias! Caiu como uma luva. Obrigado!
ResponderExcluirQue bom, Wesley! Depois volta aqui pra contar como foi :) Boa viagem!
ExcluirFavoritadissimo para nossa estada em abril!!! Show de bola! Bjo!
ResponderExcluirRepetindo o conselho dado no twitter: Se der, fique mais do que 36 horas. Florença merece ser degustada com calma :)
ExcluirBeijo!
Adoreeeeeeeei este post! Simplesmente fantástico! A forma como vc descreveu , a riqueza de detalhes e a objetividade para 36 horas, fez minha viagem que está aparentemente distante, se tornar próxima e com muita água na boca! AUGURI!
ResponderExcluirQue maravilha, Eliane! <3 <3 <3 Obrigada!
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