ƒ Roubadas de viagem: Budapeste

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Roubadas de viagem: Budapeste

A viagem de Praga para Budapeste foi feita de trem. Viagem essa, que duraria 7h. Pegamos o trem cedinho na estação, nos acomodamos para descansar, pois tínhamos muito o que percorrer em Budapeste. Faltando mais ou menos 40min. para o fim da viagem, o trem para numa estação no meio do nada e passa mais tempo do que o habitual. No alto-falante, alguma coisa em tcheco que não dava pra entender. Mais alguns minutos se passaram e uma breve mensagem veio, desta vez em inglês: "O trem terá que ficar parado aqui por duas ou três horas. Obrigado pela compreensão".



O caos foi instaurado! Mais mensagens eram divulgadas em tcheco. Um grupo que estava no nosso vagão, e também ia para Budapeste, falava tcheco e inglês disse que teria um ônibus em frente à estação para finalizar o nosso percurso. "Ah, ok! Está tudo organizado, o trem quebrou, mas já colocaram um ônibus à nossa disposição" pensamos. Ledo engano, colegas!

Quando chegamos ao ponto do ônibus o que nos esperava era um ônibus de linha da cidade, amarelão e veeeelho. Esse processo de sair do trem e entrar no ônibus durou mais ou menos uma hora e meia. Eram muitos turistas. Ah, vale ressaltar, óbvio, que o transporte não era gratuito. Compramos a nossa passagem e fomos os últimos a subir na lotação hahahha. Consegui um lugar para sentar no banco reservado aos idosos. Não sabíamos qual o destino do ônibus, mas confiamos no senso comum.

O coletivo partiu por uma estradinha miúda, sem placa ou qualquer sinalização. No percurso mais pontos surgiam e mais pessoas (locais) subiam no já lotado ônibus. Depois de 1h no meio do nada, um trem (o nosso) passa pelo ônibus. Ficamos chocados!

Por fim, o ônibus para no, acredito eu, ponto final e acabou a viagem. "Mas aqui não é Budapeste" pensamos. Não, não era MESMO. O ônibus nos deixou em outra estação para pegarmos um outro trem e completarmos a (infinita) viagem. No quadro de partidas o nosso trem havia passado por essa estação fazia meia hora.

Avistamos o grupo que estava no nosso vagão rumando para um trem e resolvemos segui-los. Eles disseram que a gente podia pegar qualquer trem que iria para Budapeste sem qualquer custo. Subimos com eles no mesmo vagão e 1h depois chegamos na cidade. Havíamos nos programado (se tudo tivesse dado certo) para chegar lá ao meio-dia, chegamos com quatro horinhas de atraso. Até nos situarmos na cidade, achar o hotel, metrô (que é o segundo mais antigo da europa - mega vintage), comprar ticket, já passava das 17h. Ainda bem que só escurece tarde e deu para tirar umas fotos.
Essa viagem só não rendeu mais porque estávamos cansados e um pouco desanimados com tanto imprevisto.

A cidade é bonita, mas fora o livro de Chico Buarque, eu não tinha mais nenhuma referência. Catamos um mapa e fomos atrás dos principais pontos. Para nossa surpresa havia chovido bastante nos últimos dias e o Rio Danúbio, que não é tão azul* pelas bandas de cá, estava 4 metros acima do seu nível normal.

Na foto abaixo dá pra notar bem os banquinhos que ficam às margens do rio parcialmente submersos.


Nessa outra foto, a via também havia sido inundada pelas águas do rio. A exemplo de Praga e Viena, Budapeste também conta com os lindos bondes em seu sistema de transporte público. Eles são a minha nova paixão. Toda cidade deveria ter bondes. Eles deixam tudo mais bonito!


As duas estátuas abaixo ficam super próximas e são realmente primorosas.


Lá em Budapeste vi muita gente com a sua magrelinha andando tranquilamente pela cidade.


O prédio do parlamento húngaro fica às margens do Danúbio e é o maior edifício da Hungria e o segundo maior parlamento da Europa. Seu projeto foi escolhido mediante concurso. Sua construção teve início em 1885 e foi concluída em 1904.




Com o pouco tempo que tivemos não deu pra ver muita coisa. Recomendo a visita à cidade, mas não precisa ser urgente. Nem de trem.

*famosa valsa composta por Strauss em 1866 "An der schönen blauen Donau (no belo Danúbio Azul)".
Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

6 Comentários

  1. Essas viagens todas valem ate pela aula de geografia (materia eu em que analfabeta de pai e mai, meu Deus). Eu fico super tensa com imprevistos, mas termina sendo uma aventura, ne?? Beijos!

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  2. Hahahahaha é verdade, eu até que sou boa em geografia, só não sou boa com imprevistos! Fiquei muito tensa, mas passou. Agora virou história pra contar!

    :*

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  3. Nossa, meu comentario saiu todo tronxo porque no meio dele fui chamada na sala do chefe pra uma conversinha e quando sai, sai meio desorientada! Mas em geografia sou analfabeta de pai e mae, foi isso que eu quis dizer!

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  4. Oi Rapha!! Desculpa demorar pra responder, mas toda vez que eu entrava no teu blog ele travava e não abria os posts!! :( mas já ta bom novamente! hahaha. Que massa q tu gostou o meu blog...heheh..é bem simples e dispretencioso. :) Achei lindo teu post pra Anna...Budapeste é a cara dela mesmo. *.* Aliás, teu blog cheio de viagens é muito legal, vontade incrível de seguir os passos e as dicas! :)

    Beijoss, Volta sempre!!

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  5. Rapha!

    Discordo de você. Uma visita a Budapeste é urgente, sim! A cidade (e o país) é encantadora e cheia de história. Como sofreu domínio do império Turco-Otomano e mais tarde Austro-Húngaro, ela reúne uma mistura de culturas interessantíssimas. As casas de banho turco são imperdíveis, fiquei 3 dias e fui em mais de uma, de tão maravilhoso. Também fiz um "free-tour comunista" que foi sensacional, com dois guias que viveram a infância e pré-adolescência no regime soviético contando detalhes da vida e mostrando lugares representativos na cidade. Enfim, eu me apaixonei por lá - e vi a cidade no sol de inverno, o que deixa tudo muito mais bonito.

    Não vejo a hora de poder voltar lá.

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    1. Verdade, Karina. Eu preciso voltar lá para tirar essa minha primeira (péssima) impressão. Prometo que, quando isso acontecer, faço um post retratação aqui no blog :)

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