ƒ Islândia | Blue Lagoon x Secret Lagoon, qual visitar?

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Islândia | Blue Lagoon x Secret Lagoon, qual visitar?

Os islandeses têm por hábito frequentar piscinas e lagoas de águas termais, então é muito provável que quando você for ao país, você se banhe pelo menos uma vez. No nosso caso, foram duas vezes. Conhecemos as duas lagoas mais faladas da Islândia e, ao invés de escrever matérias separadas sobre cada uma delas, farei uma espécie de comparativo para que você possa optar por alguma ou, quem sabe, por ambas.


Blue Lagoon

É fato, ninguém fica imune à Lagoa Azul quando começa uma pesquisa acerca do país. Dez em cada dez fontes de busca indicam a Blue Lagoon como um dos principais pontos turísticos da Islândia. E, sinceramente, essa lagoa foi por muito tempo a imagem da terra do fogo e gelo na minha cabeça. Aquele tom de água leitoso, azul bebê e cercado por rochas vulcânicas hipnotiza qualquer um. Só depois de algum aprofundamento nas pesquisas descobri que, na verdade, essa lagoa não é natural. As suas águas, ricas em Algas, Sílica e outros minerais, são oriundas de uma planta geotérmica que fica nas cercanias e esses 9 milhões de litros d’água são renovados a cada dois dias.

Blue Lagoon, não é natural mas é bonita que só

Um pouco de história

Em 1979 águas residuais de uma planta geotérmica se acumularam formando uma espécie de piscina e os islandeses passaram a tomar banho nesse lugar. A partir daí, começaram a espalhar um boato de que essas águas tinham poder de cura nas doenças de pele e o que viria a ser a Blue Lagoon se popularizou. Mais tarde foi confirmada a eficácia dessa água rica em minerais na melhora, sobretudo de quem tinha psoríase. Em 1992 a Blue Lagoon foi formalmente aberta ao público como Spa Geotérmico.

Eu disse que fez sol, né? Mas a paisagem é incrível em qualquer clima

Visitando a Blue Lagoon

Nós compramos nosso acesso à lagoa junto com o transfer organizado pela  Gray Line e o pacote básico custou cerca de 100 euros por pessoa. São 4 tipos de pacotes – a partir de 1º de março de 2018 serão apenas 3 –  e no site dá para ver as diferenças entre cada um deles, mas achei o mais simples tranquilo. Ele dava direito à entrada e à máscara de sílica, o resto fica a nosso critério adquirir na hora. Mas levamos toalhas, chinelos e compramos apenas drinks dentro da lagoa e lanche depois do banho.

Tudo azul na Islândia


Chegamos na hora marcada, entregamos os vouchers no balcão e recebemos nossas pulseiras eletrônicas que são usadas para abrir os lockers e “comprar” itens extras ao longo da visita. Depois de entrar na área dos vestiários, homens e mulheres vão para lados opostos. É chegada a hora de tirar a roupa, ficar pelado e tomar um banho para poder entrar na lagoa. Sim, é preciso tomar banho para tomar banho. E SIM, você precisa ficar pelado na frente das outras pessoas. Esse hábito é comum na Islândia e é pouquíssimo provável que fiquem te olhando, mas dá para perceber que esse momento é um terror para os turistas mais “fechados”. Para quem não quer destruir molhar o cabelo nas águas da lagoa, vale fazer um coque alto ou até mesmo usar uma touca. Eles até sugerem o uso de um pouco do condicionador disponível na área do banho antes de entrar na água. Eu não quis arriscar e prendi o cabelo no alto. Depois desse ritual, que lendo parece ser longo, mas vivendo é bem rapidinho, a área volta ser mista e, juntos, já podemos entrar na Blue Lagoon.

Ton Sur Ton: Por causa do sol preferimos uma bebida fria, no caso, raspadinha de framboesa

 A temperatura da água da lagoa varia entre 37 e 40 graus celsius  e a profundidade fica entre 80cm a 1,20m, não vimos muitas crianças por lá – aliás, observamos pouquíssimas crianças entre os turistas na Islândia – mas a piscina não é muito funda. Já disse a vocês que tivemos muitas sorte com o tempo durante a nossa viagem, né? Pegamos muito sol e nem tanto frio assim. E o dia da visita à Blue Lagoon foi um desses dias de céu aberto e nenhuma nuvem no céu. Apesar do vento soprar forte e gelado, acho que essa lagoa deve ficar ainda mais bonita e convidativa em dias de céu nublado. Já o contraste do frio exterior com o quentinho das águas é uma delícia e fica difícil querer sair. Passamos duas horas relaxando, fazendo tratamento de beleza, tomando drinks e apreciando a vida. 

Secret Lagoon

Já a nossa visita à lagoa secreta foi na sequência do tour Golden Circle, feito com a Arctic Adventures. Passamos primeiro pelos três pontos turísticos mais visitados da Islândia e, ao final do passeio, seguimos para nossas cerca de duas horas na Secret Lagoon. Diferente da sua irmã mais famosa, essa lagoa é natural - na verdade ela é construída pelo homem, mas alimentada naturalmente - e muito menos conhecida dos turistas.

A Secret Lagoon está bem integrada à paisagem de Fludir

Um pouco de história

A Secret Lagoon é uma das piscinas mais antigas da Islândia, registros  mostram que ela foi criada em 1891 na região de Fludir, área de forte atividade geotérmica  no país. Em 1909 foi dada ali a primeira aula de natação, tornando a piscina um destino para aqueles que queriam aprender o esporte. Os arredores dessa, hoje chamada, lagoa, parecem uma paisagem de outro mundo, muitas fontes termais - ou hot springs - borbulhantes e fumaça. Esse são os nascedouros ferventes que alimentam essa lagoa secreta, que ainda hoje é uma queridinha dos islandeses.

As pequenas piscinas ferventes que alimentam a Lagoa Secreta

Visitando a Secret Lagoon

O valor da entrada da Secret Lagoon (2.800 ISK, cerca de 25 euros) é mais modesto do que o da Blue Lagoon, assim como toda a estrutura do lugar. É tudo muito mais rústico. Como visitamos essa primeiro e a Blue por último, ficamos achando a secreta mais tradicional e menos opressora. A mecânica da visita é a mesma, homens e mulheres são separados, os vestiários têm armários com chaves (nada de catracas ou pulseiras eletrônicas) para guardar roupas e outros objetos e os chuveiros são totalmente abertos. Reforçando, é preciso tomar banho sem roupa de banho para poder entrar nas lagoas e piscinas da Islândia. Aqui só tem um tipo de ticket, o que dá direito a banhar-se na lagoa e guardar suas coisas no locker. Sem roupão, sem máscara de beleza... sem firula. Também é possível comprar no bar cerveja, refrigerante, vinho e alguns snacks

A queridinha dos islandeses recebe infinitamente menos turistas que a Blue Lagoon. E isso pode ser bom.

Fludir fica sobre área de forte atividade geotérmica, por isso a paisagem sobrenatural


A área da piscina é boa, não tão grande quanto a Blue Lagoon, mas ela também recebe bem menos turistas. O entorno é lindo, com muito verde e bem tranquilo. Ficávamos alternando entre um mergulho nas águas que estão entre 38 a 40 graus celsius e um passeio para ver as hot springs e o pequeno gêiser que entra em erupção a cada 5 minutos. Gostamos bastante da Secret Lagoon, e foi difícil nos despedir dessa piscina, mas aproveitamos os últimos minutos para comer o melhor Fish and Chips que já provamos, na barraquinha que fica do lado de fora, bem perto da entrada.


Dessa janelinha saiu o melhor Fish and Chips que já comemos na vida




Conclusão, qual lagoa visitar? 

É difícil dizer qual dessas lagoas na Islândia você deve visitar, afinal de contas, aqui no blog a gente costuma ajudá-lo a tirar suas próprias conclusões e não dizer o que você deve fazer. Visitar as duas foi ótimo e, se você puder, faça o mesmo. Mas repetir a dose, eu repetiria várias vezes a Secret Lagoon.





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Rapha Aretakis

Viajante e sonhadora em tempo integral. Edito, escrevo e fotografo para o Raphanomundo desde 2010. Nascida no Recife, criada para o mundo, vivendo na Alemanha.

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