O Festival
Com
25 anos de estrada, o LollaPalooza é um dos festivais mais disputados mundo
afora, seja pelo público ou pelos próprios artistas, a certeza é que todos
querem fazer parte dessa grande ode à música. Com edições em 5 países (EUA –
Chicago | Chile – Santiago | Brasil – São Paulo | Argentina – Buenos Aires |
Alemanha – Berlin), é difícil o festival não abrir seus portões com lotação
esgotada dias antes, reunindo um público de cerca de 160.000 mil pessoas em
dois ou três dias de festa. Grandes nomes da cena Rock e Pop já subiram nos
palcos do LollaPalooza, entre eles: Red Hot Chili Peppers, Arctic Monkeys, Lady
Gaga, Radiohead, Coldplay, Smashing
Pumpkins, Nine Inch Nails, Björk, Rage
Against the Machine e Pearl Jam. Realizado no Brasil desde 2011, nunca foi
possível para nós prestigiar uma edição, seja pela incompatibilidade de
agendas, ou de carteiras, a verdade é que sempre quisemos ir, mas nunca
aconteceu.
Quando
soubemos da nossa data da mudança aqui para Stuttgart desconfiamos que seria
possível conhecer a versão europeia do Lolla. Realizada em Berlin desde 2015,
essa seria a segunda edição do festival na Europa. E assim foi! Fizemos nossa
estreia nos festivais de verão de música europeus.
Os Shows
Com
um line-up um pouco mais magrinho do
que o do seu irmão mais velho – que aconteceu entre os dias 28 e 31 de julho em
Chicago – ainda assim alguns nomes chamavam a nossa atenção. Na verdade, um só:
Radiohead – headliner do domingo, segunda noite do festival. O resto, se conseguíssemos
ver, seria lucro.
A
banda inglesa fez um baita show de encerramento no Palco Principal, impecável e
intenso, compatível com seus mais de 30 anos de estrada. Prestigiando as
músicas do seu mais recente disco – A Moon Shaped Pool – Thom Yorke e cia não
deixaram de fora os hits que os consagraram no cenário alternativo musical:
Idioteque, Let Down, No Surprises, Paranoid Android, Creep e, para a catarse
coletiva, Karma Police. |Escute aqui a playlist com base no setlist do show|. Passados alguns dias após o concerto, eu, fã confessa da banda, ainda não
acredito no que vi.
Radiohead no Main Satage fechando o LollaPalooza Berlin |
Também
foi bacana poder acompanhar o show do New
Order, que fechou os trabalhos do Palco Alternativo no sábado à noite.
Plateia adulta, com um certo ar de excitação, acredito, por poder ver de perto
aqueles que embalaram muitas festas nos anos 80 de uma Berlim dividida. Naquela
noite de sábado, estávamos todos juntos e misturados. Foi Lindo.
Ir
ao LollaPalooza é sinônimo de descobrir nomes novos – pelo menos para nós – na música, então, entre um show maior e outro,
conseguimos dar uma espiada nas apresentações de Jess Glynne, G-Eazy,
Years&Years, James Blake, Tocotronic e The Chainsmokers. Ou seja, saímos no
lucro mesmo.
New Order agitando a noite de sábado |
Years&Years abriu o palco principal no domingo |
A Estrutura
O
tamanho do festival impressiona. No ano passado, o Lolla Berlin aconteceu no
lendário aeroporto Tempelhof, que deixou de funcionar em 2008 e hoje é um
grande parque frequentado por hipsters e descolados da capital alemã - além de parte das suas construções servirem de abrigo para os refugiados. Já nesse
ano, o festival montou acampamento nas dependências do Treptower Park, uma
linda e arborizada área da cidade. Eu já não consigo imaginar o LollaPalooza
acontecendo em outro lugar que não nesse que é um dos maiores parques de
Berlim.
Tudo
estava bem distribuído, não havia um ponto sequer sem sinalização, atrações, barraquinhas
de comida/bebida e até mesmo banheiro. E bota banheiro nisso, não havia fila
para usá-los. Aliás, fila a gente só viu mesmo nos disputados food trucks e
bancas de bebidas, de resto, nem na entrada enfrentamos filas. A variedade de
comida foi algo que chamou atenção, tinha para todos os gostos: alemã,
mexicana, argentina, brasileira, americana, asiática, vegana... Tudo a um preço
bem justo.
#AbsolutLolla - drink fofo e refrescante no stand da Vodka Absolut |
A luz incrível do fim de tarde de verão em Berlin |
Intervenções artísticas e culturais nos quatro cantos do Treptower Park |
Entrada Plänterwald com poucas filas |
Mais arte no Lolla Berlin |
Outro
ponto interessante foi a quantidade de informação que recebemos nos dias que
antecederam o festival: qual a entrada para o nosso tipo de ticket, qual a
estação de metrô mais próxima, deixe o carro em casa e vá de bike. E, olha,
esse último conselho foi acatado à risca pelo público. A quantidade de
bicicleta era surreal. Além de não termos visto um só carro nas cercanias do
festival. Nem táxi. O transporte público de Berlim funciona muito bem e serve
com folga esses eventos de grande porte.
Nada de carro. O negócio é ir de bike! |
Lolla Berlin: Calor, poeira e música |
Entrando no clima do LollaPalooza desde pequena |
Até 2017, Lolla Berlin! |
Por
fim, se em 1969 o Woodstock ficou conhecido pelo seu mar de lama, o
LollaPalooza Berlin 2016 vai entrar para a história pelo banho de poeira. É que
o tempo seco de verão e a quantidade de pessoas contribuíram para que o parque
fosse envolto em uma névoa de poeira preta e ninguém ficou imune a esse
“banho”.