Através
de
Karina, uma amiga que o blog colocou no meu caminho, fui apresentada ao
trabalho de
Flavia Liz Di Paolo, uma viajante paulistana, que já morou em
diversos países, mas tem grande paixão pela cidade onde nasceu, São Paulo. E é
essa paixão que motiva a
personal guide
a
descobrir, garimpar e nos apresentar as jóias que estão guardadas na capital
paulista.
Por
meio de um tour de vivência Flavia Liz nos conta parte da história do Morumbi,
bairro onde se encontra o nosso destino: A maior favela (em termos
territoriais) da cidade de São Paulo. Paraisópolis, comunidade que surgiu por
volta de 1960, é a casa de duas das preciosidades descobertas por Flavia Liz.
A
primeira, Berbela, mecânico autodidata que deixou o sertão de Pernambuco em
busca de uma vida melhor para sua família, se descobriu escultor ao tentar
realizar o sonho do filho montando uma bicicleta para ele. A partir daí,
Berbela fez da favela o seu grande ateliê. Suas esculturas são todas feitas a
partir de peças de ferro-velho que ele guarda – e até recebe dos seus clientes.
Por trás da pose de bad boy –
reforçada pelos óculos estilo aviador –, as inúmeras peças com formato de
coração não deixam mentir: a sua sensibilidade está à flor da pele. Seu
trabalho, resultante de pura e simples observação, é uma ode à natureza. Onça,
tubarão, jacaré, tartaruga, golfinho, aves, borboletas e insetos estão entre as
suas grandes obras. Robôs, tanques de guerra, bonecos e uma criatividade sem
fim complementam o acervo.
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Criador e criatura |
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Entrada do museu do Berbela |
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Tem quem enxergue lixo - ele vê arte |
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Perfeito, né? |
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A natureza é a grande referência do artista |
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Escape de carro vira pássaro nas mãos de Berbela |
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Um mundo de possibilidades |
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Amor pelo que se faz |
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As engrenagens de Paraisópolis
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Só conversando para saber que o que enxergamos é completamente diferente do que ele enxerga. Enquanto vemos uma espiral de metal, Berbela fala em saia de bailarina. E é através desse olhar apurado e sensível que o artista leva a vida. Já dentro do seu quartinho, carinhosamente chamado de museu, Berbela revela que tem planos grandes. Além de sonhar com um espaço maior, onde ele possa desenvolver ainda mais o seu dom, sua vontade é treinar o olhar das crianças da comunidade. Ensinar aos pequenos a como dar vida àquele material que consideramos sem serventia. Pai de família, mecânico, artista, mais do que isso, Berbela é um grande cidadão.
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A segunda parte desse tour vai ao ar ainda essa semana. Não é recomendável
fazer esse passeio por conta própria.
Acompanhe o trabalho de Flavia Liz Di Paolo e fique por dentro dos diversos tours personalizados que ela
oferece.
Trabalho maravilhoso!
ResponderExcluirConcordo, Gutembergue! Obrigada pela visita :)
ExcluirRapha, você captou o visível e o invisível nessa visita à "casa" de Berbela. Parabèns!
ResponderExcluirObrigada, Patrícia. A visita foi sensacional, o clima contou muito para o resultado do trabalho. Espero vê-la em breve. Um beijo :)
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