Para quem visita Cunha, no interior do estado de São Paulo, conhecer alguns ateliês de cerâmica é um passeio obrigatório. Considerada um pólo brasileiro, a arte ceramista da cidade encanta pela diversidade e beleza.
Conversar com os ceramistas, saber como é o passo-a-passo por trás de cada peça e perceber a singularidade de cada trabalho é mandatório para sair de Cunha sabendo um pouquinho mais do riscado. No entanto, quando existe a oportunidade de ver uma técnica ser executada ao vivo, essa experiência atinge um outro nível de envolvimento. E, automaticamente, o grau de admiração por esse trabalho aumenta.
E
foi essa a sensação que tivemos ao participar da Queima do Raku no Gaia Arte Cerâmica.
O Raku, técnica de cerâmica japonesa, consiste em queimar as peças – já
moldadas e em ponto de biscoito –, num forno que atinge cerca de 1.000 graus.
Mali e Wagner, ceramistas responsáveis pelo ateliê, abrem as portas da sua
oficina em noites específicas do ano, para receber ali turistas, ceramistas e
interessados em aprender um pouco sobre a técnica. Em meio a um bate papo
descontraído, Mali nos conta a história do Raku, sobre como ele surgiu na
queima das peças para a cerimônia do chá, no Japão.
Enquanto a conversa se desenrola, Wagner, o responsável pelo operacional da coisa, acomoda as peças no forno, fecha, acende os maçaricos e dá início ao processo. O ponto alto do ritual é, sem dúvida, quando o forno atinge a temperatura correta e, com as luzes do ambiente apagadas, ele é aberto e podemos ver todas as peças incandescentes, lindas, quase vivas, em brasa. Após nosso encantamento, o processo segue, as peças são transferidas para um local com jornal e serragem e abafadas. Por fim, elas são resfriadas, limpas e postas à venda.
Enquanto a conversa se desenrola, Wagner, o responsável pelo operacional da coisa, acomoda as peças no forno, fecha, acende os maçaricos e dá início ao processo. O ponto alto do ritual é, sem dúvida, quando o forno atinge a temperatura correta e, com as luzes do ambiente apagadas, ele é aberto e podemos ver todas as peças incandescentes, lindas, quase vivas, em brasa. Após nosso encantamento, o processo segue, as peças são transferidas para um local com jornal e serragem e abafadas. Por fim, elas são resfriadas, limpas e postas à venda.
As peças do Gaia Arte Cerâmica prontas para a queima |
Antes de começar a queima, as peças são acomodadas no forno |
Cerâmicas incandescentes, o ponto alto da Queima do Raku |
Etapa do resfriamento e limpeza |
Cerâmica Raku prontas e lindas |
Essa
técnica resulta em peças belíssimas, de aspecto singular, pois a única
intervenção se dá na sua forma, antes de entrar no forno. Uma vez lá dentro, o
resultado depende unicamente do calor e da fuligem. Um trabalho fantástico!
Por
falar em bons trabalhos, lembram que falei duas vezes sobre os sousplats do Restaurante
Quebra-Cangalha? Por uma providência dos astros, enquanto deixávamos o Gaia Arte Cerâmica – ainda boquiabertos com a Queima do Raku –, passamos na porta da Casa do Oleiro, onde, de longe, avistei vários pratos numa parede. Paramos
imediatamente e constatamos que já estava fechado. Notando o movimento lá fora,
uma pessoa veio nos atender. Era Maurício
Flausino, oleiro/ceramista (de quem eu já era fã sem saber). De forma muito
simpática, ele abriu as portas do seu ateliê para que a gente pudesse conhecer
um pouquinho mais das suas peças. Falante, nos contou que foi até a Espanha
aprender a técnica e trouxe para o Brasil a beleza desse trabalho. Ouvindo
nosso sotaque, ao saber que éramos do Recife, não deixou de enaltecer o trabalho
do grande Brennand. Sorte a nossa de conhecer mais essa técnica, mais esse
trabalho. Garanti minha peça e aumentei mais ainda o sorriso no meu rosto.
Alguns dos 360 modelos de pratos da Casa do Oleiro |
Os pratos em meio a outras peças |
Quem
diria, que numa pequena cidade de interior do Brasil, ao se fazer uma rápida visita, a
gente voltasse pra casa tão engrandecido culturalmente? De fato, Cunha é
surpreendente!
- Gaia Arte Cerâmica - Rua Alcides Barbeta, 250 - Vila Rica - Cunha/SP | Para saber quando será a próxima queima: (12) 3111-3126
- Casa do Oleiro - Avenida Gerônimo Mariano Leite, 250 - Vila Rica - Cunha/SP | Informações: (11) 2253-6152
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>> O raphanomundo viajou a convite da
Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Cunha.
to apaixonada mesmo sem ver ao vivo e a cores Rapha!!!
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